BREVE HISTÓRICO DO SR. SEIMU OGUIDO

Seimu Oguido chegou ao Brasil em 19/03/1931, acompanhado de sua esposa e um amigo que morava na mesma província. Este amigo era Saijo Nakama. Na época só podia vir ao Brasil um casal e mais uma pessoa.

Seimu chegou a Londrina em 1938, onde fixou residência adquirindo terras na região onde se localiza a Vila Nova. Nelas plantou café, algodão, arroz, feijão, soja e frutas em geral.

Seimu tinha um talento nato para relações públicas. Era querido por todos. Jamais negou asilo ou qualquer tipo de auxílio aos conterrâneos que o procuravam. Muitos imigrantes japoneses que vinham para Londrina eram acolhidos por Seimu que lhes dava emprego, deixando-os cultivar lotes de terras, como por exemplo: Seiei Oguido, Gashim Sinzato, Saitoku Nakama, Saijo Nakama, Matijo Nakazone, Kenkichi Nakaima, Yossei Hocama, Eiko Yonamine, Sr. Hanashiro, Sr. Takihara, e outros. Foi no sítio de Seimu que fizeram seu pé-de-meia e depois iam para a cidade abrir comércio. Além disso, muitos japoneses procuravam Seimu para pedir dinheiro por estarem em dificuldades. Ele sempre os ajudava prontamente, mesmo que com essa atitude ficasse e deixasse a própria família em dificuldades financeiras.

Após a 2ª guerra mundial, em 1951, Seimu retornou ao Japão com o objetivo de colaborar com parentes que tiveram suas casas totalmente destruídas na guerra. Ajudou, então, a reerguê-las e a começarem uma nova vida. Lá permaneceu por 06 meses. Salienta-se que Seimu foi um dos primeiros japoneses de Londrina que retornou à terra natal depois de a ter deixado para tentar a vida no Brasil.

Seimu também colaborou para a implantação de entidades. Sentindo a necessidade de unir os imigrantes conterrâneos com o intuito de não ocorrer a desagregação e perda total dos costumes e cultura japonesas, Seimu efetuou doação de uma parte de suas terras para a construção de um prédio para estabelecer a Associação Cultural e Recreativa Okinawa Londrina (mais ou menos em 1952). Além da doação das terras, também colaborou com numerários para a sua construção.

Seimu sempre considerou de suma importância o aprendizado da língua japonesa. Portanto, oferecia sua própria residência para servir de sala de aula para crianças e adolescentes aprenderam a língua de seus pais e avós. Enquanto isso vendeu por valor irrisória parte de suas terras para a construção da escola japonesa SEIRYO. Quando da construção das instalações da escola, também colaborou com doação em dinheiro.

Tudo isso, sempre pensando na importância de transmitir a cultura e os costumes do Japão para seus descendentes.

Sua morte foi trágica. Em 21 de abril de 1958, por volta das 21 horas, retornava do sítio quem possuía em Vila Prado e, nas imediações do Parque Ney Braga colidiu com um caminhão, morrendo no local. A única testemunha – João Seiyu Oguido, seu filho caçula de 07 anos que o acompanhava.

Até hoje, seu nome é lembrado por amigos, parentes, conhecidos, enfim, todos, com muito carinho, admiração e saudades.

Em 2008, a ACROL inaugura o tão sonhado Ginásio de Esportes, denominado Seimu Oguido, homenagem ao um dos mais beneméritos desde a sua fundação em 1955. O Ginásio conta com uma área construída de 1.000 m2.